quinta-feira, 23 de julho de 2009

" SCORPIONS "


Naqueles tempos não se falava em Heavy Metal melódico, Helloween, entre outros grandes nomes que iriam surgir na década seguinte. Na verdade, a segunda metade dos anos 70 foi marcada por uma certa decadência no Heavy Rock, ao redor do mundo. O estilo progressivo, chegou próximo a extinção, tudo em decorrência ao surgimento em meados de 77 do Punk Rock, que na Inglaterra daria espaço para mais uma "onda" que viria 2 anos depois, a New Wave Of British Heavy Metal, que revelaria nomes sagrados do Metal como o Iron Maiden, Saxon, Def Leppard entre tantos outros.

Enquanto isso na Alemanha, a música pesada tinha dois grandes representantes, o Scorpions e o Accept. Em 1978 o Accept ainda buscava um lugar ao sol, enquanto o Scorpions já podia se considerar o primeiro nome do Heavy germânico, já com 8 anos de existência, e com vários álbuns que serviriam de molde e exemplo para uma geração de bandas alemãs que só viriam a aparecer para o mundo no inicio dos anos 80.

Mesmo sem ter em seu currículo, as famosas baladas que os tornaram ainda mais famosos, invadindo as FMs do planeta em meados de 84, o Scorpions gozava de um prestígio invejável numa época um tanto "caída" para o Rock pesado. Foi em abril de 1978 que a banda deu sua primeira investida japonesa numa mini tour de apenas 1 semana promovendo o álbum "Taken By Force", onde nos dias 24 e 27 registraram ao vivo o que viria a ser o primeiro álbum ao vivo do quinteto, "Tókio Tapes".

Mas nem tudo parecia estar bem com a banda, que até aquele ano contaria com o talento indiscutível de um dos mais brilhantes guitarristas do mundo, Ulrich Roth, hoje mais conhecido por Uli Jon Roth. Já em "Virgin Killer" lançado em 76, o Scorpions dava sinais de mudanças, praticando um Heavy mais acessível, deixando de lado coisas mais místicas, com fortes influências no psicodelismo do final dos anos 60 e da guitarra mágica de Jimi Hendrix, influências essas captadas por Roth que não concordava com o novo direcionamento musical do Scorpions. De certa forma, "Tókio Tapes", marcou o fim de uma etapa na carreira da banda, que deixou muita saudade.

Ao vivo, o Scorpions jamais soaria igual, e a saída de Ulrich Roth foi um golpe quase fatal para o futuro da banda. Como capítulo final dessa fase, "Tókio Tapes" pode ser facilmente incluído como um dos mais brilhantes registros ao vivo do Heavy Metal, onde a guitarra de Roth, alavancada pela a energia e o peso do restante da banda formada por Klaus Meine (vocal), Herman Rarebell (bateria), Francis Buchholz (baixo) e Rudolf Schenker (guitarra), faziam do Scopions uma avalanche de Metal que se consolidava ainda mais como o primeiro nome do Heavy Alemão.

"Tókio Tapes" conta com uma boa parcela de sons lançados em "Virgin Killer", como "All Night Long", "Pictured Life", "Backstage Queen", "Polar Nights" (cantada por Ulrich Roth), mais grandes momentos extraídos dos álbuns "Lonesome Crow", "Fly To The Rainbow", "Taken By Force" e "In Trance".

Com a saída de Ulrich Roth, que seguiu uma carreira um tanto tímida em relação ao seu talento, formando a banda Electric Sun, Michael Schenker, que veio a ser substituído pelo próprio Roth logo após o lançamento do primeiro álbum, "Lonesome Crow" em 1972, foi chamado de volta, chegando a participar das gravações do álbum "Loverdrive" de 1979, dividindo o serviço com o recém chegado Mathias Jabs, que acabou ficando com o posto, já que Michael atravessava uma fase difícil devido ao seu envolvimento com drogas, deixando o Scorpions mais uma vez, antes mesmo da nova tour ter inicio.

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