quinta-feira, 23 de julho de 2009

" BAUHAUS "


Apenas cinco anos foram suficientes para colocar a banda Bauhaus na história da música independente inglesa. Apesar de gerar polêmica, o rótulo de banda gótica sempre perseguiu a banda, mesmo com características forte do punk rock. O que pode ter contribuído para essa classificação foi a música mais conhecida da banda, “Bela Lugosi’s Dead”, inspirada na morte do ator que interpretou Drácula no cinema, na década de 30.

A banda surgiu em 1978 em Northampton, na Inglaterra. Os irmãos David Jay (baixista e vocalista) e Kevin Haskins (baterista) criaram o The Craze, grupo que se aproximava do punk rock. Eles chamaram mais dois músicos, Daniel Ash e Dave Exton e realizaram a primeira apresentação na cidade. Mas a formação completa veio um pouco depois, com a entrada de Peter Murphy, um ex-colega de escola de Daniel. Peter entrou como vocalista principal sem nunca ter cantado em outra banda. A aposta deu certo.

Logo surgiram as primeiras composições da dupla Daniel Ash e Peter Murphy: “Bite My Hip”, “Dark Entries”, “Shows”, “In The Night” e “Boys”, sobre transexuais. As primeiras apresentações com novo nome, S.R., contaram com Chris Barber no lugar de David Haskins. Durou pouco, tanto a substituição, quanto o nome. A volta de David marcou também mais uma mudança de nome do grupo, que começou a assinar como Bauhaus 1919. O nome era uma referência à fundação da Bauhaus - Escola de Arquitetura e Desenho Industrial na Alemanha, fechada pelos nazistas em 1933.

Depois de algumas poucas apresentações tiraram a data para assinar somente Bauhaus. Com um ano de vida, a banda gravou o primeiro single, pela Small Wonder, “Bela Lugosi’s Dead”. São quase dez minutos de música sobre a morte do ator Bela Lugosi em 1956, que se tornou conhecido após sua interpretação de Drácula no filme de 1931. A capa do single trazia o cartaz do filme e na contracapa foi colocada uma cena de “O Gabinete do Doutor Caligari”, um marco no cinema expressionismo alemão, lançado curiosamente em 1919.

Em 1980, Bauhaus lançou os ‘singles’ “Dark Entries”, “Telegram Sam” e “Terror Couple Kill Colonel”, pela Axis Records, que depois se tornou 4AD. Em setembro do mesmo ano, a banda se apresentou pela primeira vez nos Estados Unidos. E não demorou para que o Bauhaus colocasse no mercado o primeiro disco da carreira, “In The Flat Field”. A seleção das músicas incluía temas como a crucificação de Cristo, tédio, labirintos e outros.

No ano seguinte, O Bauhaus mudou de gravadora, desta vez com uma infra-estrutura melhor de distribuição, principalmente nos Estados Unidos, a Beggars Baquet. Após o lançamento de dois ‘singles’, chegou a vez do segundo disco, “Mask”, considerado mais maduro e menos experimental. Em 1982, os integrantes foram convidados a participar do filme “Fome de Viver” (The Hunger) ao lado de David Bowie e Catherine Deneuve. As músicas do filme também foram compostas pelo grupo.

“Press the Eject and Give Me that Tape” foi o primeiro disco ao vivo, gravado em Londres. Um novo ‘single’ colocou a banda em mais evidência: “Ziggy Stardust”. A música é de David Bowie e vinha com mais outras duas interpretações. “Third Uncle”, de Brian Eno e “Waiting for a Man”, do Velvet Underground, que permaneceu por mais de um mês no Top 20 na Inglaterra. De volta ao estúdio, lançaram, ainda em 1982, o disco “The Sky’s Gone Out”.

O ano de 1983 começou bem, a banda lançou dois singles “Lagartja Nick” e “She’s in Parties”. No segundo semestre, eles lançaram o último disco, “Burning From the Inside” e o Bauhaus anunciou o seu fim. Daniel Ash e os irmãos Kevin e David formaram outro grupo, o The Love & Rockets. Já Peter Murphy seguiu carreira solo. Logo depois do fim da banda, a gravadora aproveitou o sucesso do grupo e lançou uma coletânea, a “Bauhaus The Singles 1981-1983”. Outras coletâneas foram lançadas nos anos seguintes, como “1979-1983”, volumes 1 e 2. Mas o que mais chamou a atenção foi uma volta breve em 1997, com o disco “Live in Studio”.

Para comemorar os 20 anos da banda, em 1998, o Bauhaus fez uma turnê comemorativa chamada “Ressurrection Tour” e foi sucesso por onde passou. A volta ainda rendeu mais dois discos, “Crackle”, fruto da turnê e “Gotham”, uma coletânea com os maiores sucessos. Ainda na ativa, a banda tem shows marcados por toda a Europa.

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